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Johnny Depp vence processo de difamação contra a ex-esposa, Amber Heard

Após um julgamento polemico e conturbado, Depp saiu como vencedor

O veredito do júri no processo do ator Johnny Depp contra a atriz Amber Heard por conta de um editorial escrito por ela em 2018 foi divulgado acaba de ser divulgado. No texto, escrito para o Washington Post, a atriz fazia alusão a acusações passadas de ter sofrido violência doméstica. Após a divulgação do editorial, o astro de Piratas do Caribe alegava que a matéria era difamatória e prejudicou sua carreira, e depois de um julgamento muito polemico e conturbado a decisão foi em favor de Depp.

O júri, que foi formado por cinco homens e duas mulheres, começou a discutir sua decisão final na última sexta-feira, dia 27 de maio. Em seu veredito, eles afirmaram que Heard de fato difamou Depp, além de ter tomado a atitude de má fé, indicando que a ação teria sido proposital. Como resultado, a atriz terá que pagar $15 milhões de dólares de indenização para o seu ex-marido.

Imagens do julgamento, que foi televisionado. Foto: Reprodução

O processo teve inicio em março de 2019 e se estendeu por três anos e três meses, durante o processo Johnny Depp afirmou categoricamente que Heard o havia acusado de violência doméstica implicitamente no editorial de 2018. Na matéria, a atriz de Aquaman se descreve como “uma figura pública representando abuso doméstico”, e relata sua experiência e dificuldades que precisou enfrentar por levar o caso a público. Apesar de não haver nem sequer uma menção direta a Depp no texto, o ator alegou que o editorial impactou sua carreira negativamente.

No entanto, Amber Heard contestou as acusações, alegando que o advogado de Depp, Adam Waldman, havia a difamado ao acusar ela e seus amigos de criarem um “rumor de abuso”. Mais que isso, a atriz também afirmou que vinha sendo assediada e sofrendo ameaças diariamente nas redes sociais e então para contra-atacar, a atriz pediu uma indenização de 100 milhões de dólares.

Em retorno dos prejuízos financeiros e de sua carreira, Johnny Depp queria uma indenização de $50 milhões de dólares, porém ao dar o veredito, o júri decidiu que a quantia a ser paga ao ator seria de $15 milhões. Destes, $10 milhões seriam por danos compensatórios, enquanto os outros $5 milhões seriam por penalidade. Entretanto, o juíz Penney Azcarate, reduziu a penalidade para $350 mil, pois esse é o máximo permitido no estado onde o julgamento ocorreu.

Apesar de favorável a Depp, a decisão do júri também foi favorável à contestação de Heard em relação a Waldman. Assim, ela receberá $2 milhões como compensação, mas não foi estabelecida uma penalidade.

Antes do processo nos Estados Unidos, Depp havia processado o jornal The Sun no Reino Unido por chamá-lo de “wife beater” (espancador de esposa, em tradução livre). O ator perdeu o processo, com o juiz determinando que as alegações de Heard sobre o abuso sofrido eram “substancialmente verdadeiras”.

Mesmo saindo vencedor do processo, Depp não esteve presente para ver o veredito e assistiu ao fim por vídeo, uma vez que o ator está na Inglaterra para participar de um programa, porém o ator fez uma declaração sobre o assunto, momentos após o resultado e afirmando em latim “Veritas numquam perit.” (“A verdade sempre aparece). Confira:

“Seis anos atrás, minha vida, a vida dos meus filhos, a vida daqueles mais próximos a mim, e também as vidas de pessoas que por muitos, muitos anos vem me apoiando e acreditando em mim mudaram para sempre.

Tudo em um piscar de olhos.

Alegações falsas, muito sérias e criminosas foram jogadas contra mim pela mídia, o que desencadeou uma avalanche sem fim de conteúdo odioso, apesar de nenhuma acusação ter sido feita contra mim. Isso havia viajado por todo o mundo duas vezes dentro de um nanosegundo e teve um impacto sísmico na minha vida e na minha carreira.

E seis anos depois, o júri me deu minha vida de volta. Estou realmente honrado.

Minha decisão de insistir nesse caso, sabendo muito bem que o peso dos obstáculos legais que eu enfrentaria e o inevitável espetáculo mundial na minha vida, só foi tomada após refletir consideravelmente.

Desde o começo, o objetivo desse caso foi revelar a verdade, independente da decisão. Falar a verdade era algo que eu devia aos meus filhos e para todos que permaneciam firmes em seu suporte a mim. Eu me sinto em paz sabendo que eu finalmente consegui realizar isso.

Eu estou, e estive por algum tempo, sobrecarregado pela enxurrada de amor e pelo apoio colossal e gentileza vindos de todas as partes do mundo. Espero que minha jornada para ter a verdade contada ajude outros, homens e mulheres, que se encontrem na minha situação, e que aqueles os apoiando nunca desistam. Também espero que a posição agora voltará a ser inocente até que se prove culpado, tanto dentro das cortes quanto na mídia.

Gostaria de reconhecer o nobre trabalho do Juiz, do júri, do pessoal da corte e dos Xerifes que sacrificaram seu próprio tempo para chegar a este ponto, e da minha diligente e inabalável equipe legal, que fez um trabalho extraordinário em me ajudar a compartilhar a verdade.

O melhor ainda está por vir e um novo capítulo finalmente começou.

Veritas numquam perit.
A verdade nunca perece.”

Amber Heard também deu uma declaração após o veredito, se dizendo decepcionada com o resultado. Confira:

“A decepção que sinto hoje vai além de palavras. Estou de coração partido que a montanha de evidências ainda não foi suficiente para enfrentar o poder e influência desproporcionais do meu ex-marido.

Estou ainda mais decepcionada com o que esse veredito significa para outras mulheres. É um retrocesso. Isso volta o relógio para um tempo quando uma mulher que não se calasse e se posicionasse poderia ser envergonhada e humilhada publicamente. Retrocede a ideia de que mulheres falando sobre violência doméstica devem ser levadas a sério.

Eu acredito que os advogados de Johnny conseguiram fazer com que o júri deixasse passar a questão central de Liberdade de Expressão e ignorasse a evidência que foi tão conclusiva que nos levou à vitória no Reino Unido.

Estou triste por ter perdido esse caso. Mas estou mais triste ainda por parecer que perdi um direito que achei que tinha como americana – falar de modo livre e abertamente.”

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