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Barbie: Um filme divertido e inteligente que valoriza o seu “Mundo Cor de Rosa”

O Mundo Barbie chegou para cativar as pessoas

Vocês conhecem a boneca Barbie? Quem já teve uma ou brincou com uma levanta a mão? A boneca idealizada nos anos 50 por Ruth Handler (que também é homenageada) chega aos cinemas de forma magnífica e provocativa.

Após o início um tanto “selvagem” com meninas, bonecas e deserto, a história é transportada para a Barbilândia, uma cidade controlada e cuidada por Barbies. Na cidade, a(o)presidente é Barbie, a(o) diplomata é Barbie, a(o)astronauta é Barbie, a(o) eletricista(o) é Barbie, a(o) médica(o) é Barbie, a(o) cineasta é Barbie, e o Ken é apenas o Ken (amigo da Barbie). As Barbies vivem em harmonia nas suas lindas casas rosas, exercendo suas profissões, passeando na praia, curtindo as suas festas, e as noites do pijama com as amigas.

Margot Robbie em Barbie (2023). Foto: Warner

De repente, a Barbie Estereotipada (Margot Robbie) cai do “salto alto”, começa a pensar na morte e a ficar triste coma sua rotina e, aconselhada pela estranha Barbie ginasta(Kate McKinnon), decide viajar para o mundo real. A missão é encontrar a sua humana responsável, consertar as coisas erradas e retornar ao seu mundo sem celulites. Um dos Kens, o Ryan “Ken” Gosling, entra no carro cor de rosa e insiste para ir junto. No mundo real, muitas descobertas chocantes serão feitas.

Barbie, ao lado dos filmes Lady Bird e Adoráveis Mulheres, é mais um acerto de Greta Gerwig. Ela assumiu a direção do longa e divide o roteiro com seu parceiro Noah Baumbach. O texto é muito inteligente, consegue ser engraçado e triste numa mesma cena, como quando Barbie chega ao mundo real feliz, patinando e usando um collant colorido, sofre assédio e pergunta o motivo disso já queela não possui órgãos sexuais.

A escolha de Margot Robbie (que também participou como produtora) para a Barbie estereotipada, protagonista do filme, foi perfeita. A atriz conseguiu criar uma Barbie graciosa, educada, inocente, mas não burra. O processo de evolução e aprendizado de sua personagem Barbie é genuíno e emocionante. Margot destrói todas as piadas de “loira burra” com muito talento e rostinho bonito. Ao seu lado, a dupla feminina humana (mãe e filha), representadas pelas atrizes America Ferrera e Ariana Greenblatt, é autêntica. As atrizes contracenaram muito bem juntas e apresentaram uma rotina na vida real que contrastou bastante com a dinâmica na Barbielândia.

O filme reuniu muitas atrizes (e algumas cantora) e atores da nova geração como Emma Mackey (Sex Education), Simu Liu (Shang-Chi), Alexandra Shipp (House ofAnubis), Ncuti Gatwa (Sex Education), Nicola Coughlan(Bridgerton), Dua Lipa (no seu primeiro trabalho com atuação), entre outras e outros. Cada um a sua maneira mostra beleza e talento e contribui para o sucesso do filme. Todas as Barbies e Kens (e o Allan) estão muito entrosados e divertidos enquanto cantam, dançam, atuam.

No meio de todos esses talentos, Ryan Gosling, mesmo um pouco mais velho, se destaca como o Ken Praia. A performance dele está hilária como um suposto vilão descobrindo que o mundo real foi feito para os Kens e tentando superar sua masculinidade frágil. O texto, cheio de antíteses, transparece um Ken bobo, mas quando ele chega na sociedade patriarcal, entrevista outros homens e busca uma biblioteca para estudar o sistema dominante e aplica-lo na Barbielândia. O ator parece que foi feito para esse personagem. E ainda convence dançando em clipe musical. Já como ponto negativo, o filme traz Will Ferrell com a mesma atuação forçada de outros trabalhos, e faz a audiência rir muito pouco como o diretor da Mattel.

Ryan Gosling e Margot Robbie em Barbie (2023). Foto: Warner

O filme Barbie, sem dúvidas feminista, e por isso mesmo, necessário, provoca reflexões sobre a mulher, os papéis que ela ocupa na sociedade (ou que poderia e deveria ocupar), e sua relação com outras mulheres. A cidade perfeita de Barbie inicialmente causa estranheza e deboche porque mostra mulheres protagonistas, bem cuidadas, independentes e unidas e no mundo real não estamos conseguindo esse cenário. O filme não mudará o mundo amanhã, ele não é o primeiro com uma heroína a frente, mas é um dos poucos. A intenção da obra cinematográfica não é deixar o público triste, aumentar mais ainda as brigas de gênero e combater o capitalismo, ele quer divertir, fazer pensar no coletivo e na individualidade de cada um e ser um escape nesse mundo de sofrimentos.

Barbie é um filme incrível, colorido, divertido, com trilha sonora maravilhosa e vale a pena ser conferido nos cinemas!! E também pensar nele depois e conversar com os amigos, a família, os colegas de trabalho, as filhas e os filhos. Não percam!

FICHA TÉCNICA:

Pôster de Barbie. Foto: Warner

Nome: Barbie

Diretor: Greta Gerwig

Roteirista: Greta Gerwige Noah Baumbach

Duração: 114 min

País: EUA

Gênero: Comédia/Drama

Estrelando: Margot Robbie, Ryan Gosling, Will Ferrell, Kate McKinnon, AmericaFerrera, Simu Liu…

Estreia Nacional: 20 de julho de 2023

NOTA: 10/10

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