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Crítica do filme Um Lugar Bem Longe Daqui

Filme traz atuação impecável de Daisy Edgar-Jones

Daisy Edgar-Jones em “Um Lugar Bem Longe Daqui”. Foto: Reprodução

O que torna uma pessoa suspeita de cometer um crime? Sua relação com a vítima? Seu envolvimento com a causa? O fato de tirar alguma vantagem de toda a situação?

Em alguns casos, há até mesmo quem diga que são fatores psicológicos que levam alguém à prática de um ato criminoso.

Se você perguntar para um advogado, certamente ele vai tentar te explicar, com todo o juridiquês envolvido, como as coisas funcionam no mundo do Direito, te deixando ainda mais confuso com toda a situação, já que a linguagem é propositalmente complexa (e ultrapassada).

Mas, com todo respeito aos meus colegas advogados, o cinema está aí pra responder as nossas dúvidas. 

Em “Um Lugar Bem Longe Daqui”, filme que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (01), vemos a história de Kya Clark (Daisy Edgar-Jones), uma mulher suspeita do assassinato de Chase Andrews (Harris Dickinson). 

O grande detalhe nessa trama é que, os motivos que levaram Kya a ser considerada como suspeita são essencialmente preconceituosos, já que ela sempre viveu sozinha, em um brejo na Carolina do Norte. 

Daisy Edgar-Jones em cena de “Um Lugar Bem Longe Daqui”. Foto: Reprodução

Abandonada pelos pais quando ainda era criança, Kya teve que se adaptar à um estilo de vida recluso, extraindo da natureza tudo o que precisava para sobreviver.

E até mesmo em suas tentativas de socialização, era vítima de bullying e descaso por parte de seus colegas, sendo ridicularizada por conta da sua situação financeira.

Diante do abandono da família, e da sensação de não poder contar com ninguém, Kya se viu entregue ao primeiro afeto que encontrou em sua vida, o amor de Tate Walker (Taylor John Smith), seu vizinho e primeiro namorado.

A vida acadêmica, porém, atrapalhou os planos do casal, e Kya se viu, novamente abandonada por quem amava, se entregando à reclusão total, até conhecer Chase Andrews, por quem nutriu resistência para se envolver.

Daisy Edgar-Jones e Harris Dickinson em cena de “Um Lugar Bem Longe Daqui”. Foto: Reprodução

Pressão e preconceito social, transtornos psicológicos, romance, mistério e a principal dúvida: quem matou Chase Andrews, estão entre os assuntos do filme, que é uma história de tribunal dos anos 70, baseada no livro homônimo da escritora americana Delia Owens. 

O grande destaque fica por conta da atuação da Daisy Edgar-Jones, que consegue transmitir os sentimentos de alguém que tem medo do abandono, mas que aparenta uma ambígua ingenuidade. 

A atriz, que teve um começo promissor com a série Normal People (2020), também baseada em um livro homônimo da escritora Sally Rooney, demonstra que pode ser uma das próximas grandes estrelas de Hollywood, já que a história do longa destaca todo o seu potencial de alguém que transmite naturalidade.

Daisy Edgar-Jones em Um Lugar Bem Longe Daqui. Foto: Reprodução

Um Lugar Bem Longe Daqui é um filme que não tem pressa para desenvolver a história, sem a necessidade de ficar explicando os mínimos detalhes.

Da produtora Hello Sunshine, fundada pela atriz Reese Whiterspoon, é mais um acerto na carreira da artista legalmente loira (essa foi uma piada terrível, sem dúvidas).

FICHA TÉCNICA

Título Original: Where the Crawdads Sing

Direção: Olivia Newman

Roteiro: Lucy Alibar

Duração: 2h05min (125 min)

Estrelando: Daisy Edgar-Jones, Harris Dickinson, Taylor John Smith, dentre outros.

Nota: 7,5/10

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