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RESENHA DO FILME: ATÉ OS OSSOS

Filme é marcado pela união de romance e terror ao estilo road movie

Até onde vai o amor entre duas pessoas? Aposto que em algum momento de sua vida, você já se permitiu fazer este questionamento. Mesmo talvez não sabendo a resposta, o interessante desta pergunta é que a forma de amar uma outra pessoa é individual e portanto, relativo para todos. Está é uma premissa, e sem sombras de dúvidas a beleza da humanidade reside nisto, somos seres que amamos de diferentes formas.

Eu diria que algumas pessoas são destinadas a se encontrarem em vida, seja para serem elos, seja para serem alma o amor é um fio que une duas almas que estão destinadas a se encontrarem. Eu acredito nisso! Acredito que por um verdadeiro amor, a maior e mais temida montanha do planeta Terra se torna pequena, o mar mais revolto entre tempestades, se torna tranquilo, só para estar com o outro. Amor ou amar é sobretudo, paz.

Quando amamos, só pensamos naquela pessoa. Cada segundo separados é uma dor impossível de sintetizar em tão poucas palavras, metaforando-as é a dor da falta que a falta faz em nossas vidas. Quando se ama, o dia muda, a atmosfera do viver fica mais leve.

Para corroborar com todo o exposto, o que não nós falta são grandes exemplos cinematográficos de verdadeiras obras de amor. Estas são aquelas histórias de encher os olhos até da alma mais dura de se emocionar. Se torna, por exemplo uma missão quase impossível, não se emocionar com o casal protagonista do aclamado filme “Titanic”, com jack e Rose. Uma história de amor, drama e sacrifícios.

Entre tantas histórias de amor, Até os ossos, novo filme do diretor Luca Guadagnino é uma adaptação do romance homônimo de 2015 escrito por Camille DeAngelis. Aqui não há uma fórmula de romance tradicional, voltado somente para o amor entre os personagens, mas sim uma dualidade entre amor e terror.

Lee e Maren. até os ossos. foto: reprodução

A trama do filme gira em torno, do primeiro amor da jovem Maren(Taylor Russell), que andando pelas ruas luta pela sua sobrevivência – ao encontrar o intenso Lee (Timothée Chalamet) um viajante sem “amarras”,juntos eles se unem em uma grande viagem, numa espécie de Road movie, entre os estados dos Estados Unidos. A medida que se aproximam do seu destino, os seus passados traumáticos retornam para por em cheque a segurança das suas relações.

No primeiro ato do filme, vemos a jovem Maren, iniciando sua vida desestabilizada pelo abandono do seu pai por conta de sua condição específica(Canibalismo)-tendo que se virar para sobreviver, a sua luta e ambientação cria um clima de esperança e morbidez. Ao se encontrar com Lee, e entender um pouco mais da sua condição. É nítida a diferença entre conhecimento e estilos de vidas dos personagens. Eles são um casal opostos complementares que se unem em sua condição.

Taylor Russell é Maren. Até os ossos. Foto: reprodução

A escolha do diretor pelo Timothée Chalamet, que interpreta o jovem e intenso Lee, companheiro amoroso e de viagem de Maren, faz o público ter uma leve visão do que foi sua atuação no aclamado filme, também de sua autoria Me chame pelo seu nome(2017), sem querer, contudo, disfarçar a sua vibe gore.

Ao decorrer do filme, logo depois do primeiro ato, vemos um roteiro linear e simplista, se adequando pouco a pouco em um comodismo confortavelmente criado e esperado, quando Lee e Maren juntos partem em uma odisseia entre as estradas dos EUA em busca de respostas, já sabemos exatamente o que esperar, o roteiro se torna previsível.

A sua trilha sonora é um ponto que merece destaque, principalmente pela conexão entre as cenas e os diálogos entre Lee e Maren, tornando a narrativa mais densa e rica, as músicas escolhidas harmonizam um terreno útil para uma experiência emocional de romance e pavor que se entrelaçam.

Maren e Lee. Até os ossos. foto: reprodução

O splatter ou gore é um subgênero do terror, que se concentra em atos de violência e sangue com mutilações. Até os ossos, é um filme romance-gore que é indigesto (por vezes, senti nojo de diversas cenas). Por mais que tenha o toque de romance não se iluda, não é um filme para para todos. A dualidade entre romance e terror parece ter sido uma fórmula a partir dos seus também dois grandes sucessos como diretor dos longas: Me chame pelo seu nome(2017) e Suspiria (2018) que colaboraram para criar um ambiente harmônico onde o romance nasce a partir do terror ou vice e versa.

A conexão de Maren e de Lee, é antes de tudo de sobrevivência, seja pela necessidade de se alimentar constantemente de carne humana, seja pelo perigo eminente das autoridades e de até outros canibais. Durante a construção e do envolvimento dos personagens, podemos vê o amor entre eles crescendo e sendo constantemente posto em cheque por conta dos passados traumáticos de ambos os personagens e a forma como eles lidam para vencer tais adversidades.

Até os ossos, é um filme por vezes indigesto, com muitas mutilações e muito sangue, com certeza não é um filme para todos. De um outro lado, ele é interessante e com uma bela proposta de harmonia entre a dupla Maren e Lee(Russel-Chalamet) que juntos, e com bastante amor envolvido eles lutam contra tudo e todos em prol de sua sobrevivência. E então, até onde vai o amor entre duas pessoas?

FICHA TÉCNICA

Nome do filme: Até os Ossos

Título Original: Bones and All

Duração: 02h10min

Direção: Luca Guadagnino

Gênero: Romance/Terror

Estrelando: Timothée Chalamet, Taylor Russell, Mark Rylance, Chloë Sevigny…

Estreia Nacional: 01 de dezembro de 2022

Nota: 7/10

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