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Crítica: Eternos chega para revolucionar o MCU

Eternos mostra a origem de um grupo de super seres e prova ser um dos melhores filmes da Marvel

Eternos, o mais novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, está prestes a chegar às salas de cinema. Com direção de Chloé Zhao, roteiro de Patrick Burleigh, Ryan Firpo, Kaz Firpo e Zhao, o longa também tem um elenco de ponta, que inclui Gemma Chan, Richard Madden, Kit Harington, Salma Hayek Angelina Jolie.

O 26º filme do universo compartilhado da Marvel Studios  é baseado nos quadrinhos de mesmo nome, criado por Jack Kirby.

Após o grande sucesso de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, toda a expectativa em cima da estreia de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa no mês de dezembro e todo o trabalho de marketing em cima de Eternos. O longa de Chloé Zhao tinha o árduo trabalho de encantar os fãs com sua abordagem diferente, além de introduzir e desenvolver todos os seus personagens principais de maneira coesa e o filme tira isso de letra.

Além disso, Eternos precisa introduzir o envolvimento do grupo em todos os panteões mitológicos das grandes civilizações em épocas pontuais da história da humanidade, e também justificar porque uma raça tão poderosa não interferiu nos acontecimentos da Saga do Infinito.

Eternos tem sua história de origem modificada em alguns detalhes. Nos quadrinhos os personagens são fruto de um experimento genético feito pelos Celestiais, onde o Homo erectus (ancestral do Homo sapiens) tinha seu DNA modificado para gerar o Homo immortalis, que são os Eternos, porém algumas das cobaias não reagiram bem, o que gerou os Deviantes, seres geneticamente instáveis e de aparência grotesca.

No entanto, o filme nos traz uma explicação diferente, onde os Eternos são seres imortais foram enviados à Terra para proteger os humanos dos Deviantes, predadores alfa que devoram qualquer um que cruze seu caminho. Esse grupo heróis respondem a Arishem (voz de David Kaye), um Celestial que se comunica com eles através de uma esfera de ouro guardada dentro de Ajak (Salma Hayek), a líder do grupo. Passado algum tempo vivendo entre os humanos e tendo exterminado os Deviantes, os Eternos estão enfim livres para viverem suas próprias vidas.

Milênios se passam, a Saga do Infinito acontece, o Blip traz de volta metade da população universal, enquanto isso Sersi (Gemma Chan) vive uma vida normal em Londres, acompanhada pela amiga Duende (Lia McHugh), e seu namorando humano Dane Whitman (Kit Harington). Até que um Deviante ressurge trazendo de volta Ikaris (Richard Madden), o que os faz perceber que algo está muito errado.

Eternos | Disney Brasil
Da esquerda para a direita: Kumail Nanjiani como Kingo, Lauren Ridloff como Makkari, Ma Dong-seok como Gilgamesh, Angelina Jolie como Thena, Richard Madden como Ikaris, Salma Hayek como Ajak, Gemma Chan como Sersi, Lia McHugh como Duende, Brian Tyree Henry como Phastos, Barry Keoghan como Druig. Foto: Reprodução

Na tentativa de reunir novamente os Eternos, espalhados pelo mundo, o filme nos traz breves introduções e explicações que nos deixam a par da situação em que se encontram cada um dos heróis, em um trabalho minucioso para que não aja confusão entre o público. Diferente de alguns filmes de grandes equipes, onde todos os membros do grupo nunca foram introduzidos antes, Eternos não se apressa para desenvolver cada um de seus integrantes. Seus poderes, personalidades, jornadas pessoais e relação uns com os outros são conduzidas de modo natural, com o roteiro fazendo bom uso da mudança na temporalidade, costurando momentos chaves dos heróis na Terra.

O filme abre margem para reflexões acerca de questões importantes, pois coloca seus personagens de frente para um problema que vai além de “Por que os Eternos não pararam Thanos?”. Ao invés disso, vemos os heróis precisando ajudar no desenvolvimento humano enquanto ignoram todos os grandes conflitos da humanidade. As consequências disso não passam em branco no filme.

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Barry Keoghan como Druig. Foto: Reprodução

Eternos aborda a maneira como os personagens lidam com sua culpa e responsabilidade. Cai no colo de Sersi uma responsabilidade tão grande que ela mesma não tem certeza se merece; Ikaris luta contra as expectativas que criaram sobre ele, além de lutar contra seus demônios interiores; Druig, que tem o poder de controlar a mente dos humanos, enfrenta o fato de que não deve interferir em brigas e guerras; Phastos ajuda a humanidade com seu poder de desenvolver tecnologia, mas se vê aterrorizado com as consequências desta evolução; enquanto Thena é uma guerreira tão poderosa que teme pôr aqueles que ama em perigo.

Zhao nos traz um filme com um visual incrível, além de lindas cenas banhadas pelo pôr-do-sol. O filme também nos traz sequências de ação e demonstrações de poderes dos Eternos são algumas das mais incríveis de se conferir na telona, sem que o CGI torne quase cena alguma artificial.

Eternos tem atores e personagens muito representativos. O filme faz questão de não apenas trazer tipos de corpos diferentes, como retrata homens gays, uma heroína surda e uma mulher com uma espécie de doença mental, de forma que tudo é incorporado como parte essencial dessa narrativa. Isso é somado à um elenco talentoso, que nos apresenta Gemma Chan e sua Sersi meditativa; Lia McHugh, que foi uma grande revelação na pele da Eterna que nunca envelhece; e Bryan Tyree Henry como um homem decidido a nunca deixar de ser quem é, mesmo que desafie algumas crenças.

Mesmo que as diferenças entre Eternos e os 25 filmes anteriores do MCU seja gritante, não há como negar que há alguns vícios típicos da franquia presentes aqui. O mais desgastante deles é presença de um personagem cômico vivido por Harish Patel, que no início te arranca umas boas risadas, no melhor estilo Luis (Michael Peña) possível, mas rapidamente se percebe que ele precisa ser engraçado em momentos demais.

Enquanto caminha para o fim, Eternos subverte algumas expectativas e muda algumas dinâmicas que em pouco tempo o público já havia se acostumado, nos trazendo uma virada um tanto quanto surpreendente. Eternos tem um clímax e resolução dramática nos atinge mais que a maioria dos filmes da Marvel, pois nos vemos preocupados muito mais com aqueles personagens e suas relações enquanto grupo do que com o futuro da Terra.

Eternos nos apresenta um enredo complexo, com grandes personagens, além de se destacar bastante dos demais filmes da franquia da Marvel. Ele funciona perfeitamente sozinho, sem a necessidade direta de assistir algum outro filme da Marvel. Ao fim do filme, aguardamos para descobrir que futuro os Eternos nos reservam, sendo apresentados a duas cenas pós-créditos que nos deixam extremamente ansiosos.

FICHA TÉCNICA:

Título: Eternos (Eternals)

Direção: Chloé Zhao

Roteiro: Chloé Zhao, Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Kaz Firpo.

Data de lançamento: 4 de novembro de 2021

Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Brian Tyree Henry, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Ma Dong-seok, Kit Harington, Salma Hayek e Angelina Jolie.

Duração: 2h 36 min

Sinopse: Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.

Nota: 9,0/10

Foto: Reprodução

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