Crítica: Transformers O Despertar das Feras
Filme traz sequência sem alma e personalidade para franquia que não sabe qual rumo seguir
Construir uma franquia duradoura no cinema não é fácil, ainda mais mantendo o interesse do público filme após filme. Transformers: O Despertar das Feras (2023), sétimo filme do universo dos carros robôs chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (08) com a difícil missão de renovar o interesse na história e alcançar novos ares.
Transformers é uma franquia construída entre altos e baixos.
Se, no começo, tínhamos a dupla Shia Labeouf e Megan Fox, a saída da atriz reforçou a misoginia do então diretor Michael Bay.
E, graças a ele, o tom do filme se pautava em explosões e momentos de megalomania entre carros robôs, com um erotismo entre humanos e máquinas que, além de estranho, era duvidoso e tentava atingir um público específico: crianças da quinta série.
Além da infantilidade, a primeira trilogia da franquia é marcada por filmes com 2h30min de duração, com vários elementos acontecendo em tela ao mesmo tempo – e explodindo sem o menor motivo.
Tudo mudou para a franquia com o lançamento, em 2018, do spin-off Bumblebee, que já não conta com a direção do Michael Bay. Aqui, a mudança de rumo é clara, trazendo a década de 80 como cenário para reconstrução da história e evitando os conflitos espaciais e megalomaníacos.
Em Transformers: O Despertar das Feras (2023), avançamos uma década, para os anos 90, em uma Brooklyn, em uma tentativa de seguir o que deu certo em Bumblebee, mas sem deixar de lado os conflitos espaciais.
Aqui, temos a tentativa dos Autobots, liderados por Optimus Prime (Peter Cullen), de retornar para seu planeta natal, Cybertron, através de uma chave perdida, intitulada de Transwarp.
Após isso, somos apresentados a Noah (Anthony Ramos), um ex-militar com dificuldade para encontrar emprego e, ao mesmo tempo, cuidar do seu irmão mais novo, Kris (Dean Scott Vazquez), que sofre de anemia falciforme.
E ainda temos, também, Elena (Dominique Fishback), uma estagiária de um museu e apaixonada por história, que encontra um objeto misterioso e, sem querer, o ativa, despertando criaturas robóticas de outro planeta.
Nessa junção de histórias que se cruzam por conta de um objeto misterioso (o Transwarp), Transformers tenta ser mais contido, deixando de lado as cenas de ação explosivas, e focando no enredo.
O problema, porém, é que não há tempo suficiente para desenvolver tantas tramas, dando profundidade para os personagens.
Enquanto líder, Optimus Prime é problemático, já que não consegue cativar seus seguidores, e fica preso a frases de efeito prontas e que não acrescentam nada. Quem ganha destaque, aqui, é o Mirage (Pete Davidson), novo carro robô que se comporta como um adolescente do Brooklyn nos anos 90.
Se os filmes do Michael Bay eram repletos de ação, com explosões e uma duração interminável, ao menos eles eram coesos.
Aqui, há uma tentativa de seguir o que foi feito em Bumblebee, se agarrando ao que já foi feito pela franquia.
No final, o resultado é que não temos o melhor dos dois mundos, mas sim o pior.
Nessa nova fase, Transformers tenta ser Star Wars, com sua cronologia de filmes invertida e seres robôs alienígenas, mas não possui o principal: o chame da space opera da galáxia muito distante.
No final das contas, é só uma rinha de robôs que serve para vender produtos licenciados.
FICHA TÉCNICA
Transformers: O Despertar das Feras
Ano de Lançamento: 2023
Direção: Steven Caple Jr.
Duração: 02h07min
Estrelando: Anthony Ramos, Dominique Fishback, Ron Perlman, Michelle Yeoh e outros.
Estreia Nacional: 08 de maio de 2023
NOTA: 3/10
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